A saúde bucal é um componente essencial do bem-estar geral, com impactos que vão muito além de um sorriso bonito. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças bucais, como cáries, gengivite e periodontite, afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas globalmente, sendo as cáries não tratadas a condição de saúde mais comum no mundo. No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que 34% das crianças de 5 anos já apresentam cárie dentária, percentual que aumenta para 56% entre adolescentes e chega a 88% em adultos, evidenciando a necessidade de políticas preventivas e conscientização contínua.
Além dos problemas locais, a negligência com a higiene bucal está associada a complicações sistêmicas. Pesquisas publicadas no Journal of Periodontology demonstram que inflamações gengivais graves elevam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e até partos prematuros. Isso ocorre porque bactérias presentes na boca podem entrar na corrente sanguínea, desencadeando processos inflamatórios em outros órgãos. Um estudo da Universidade de Harvard (2020) reforça que indivíduos com periodontite têm 25% mais chances de desenvolver doenças cardíacas.
A prevenção, no entanto, é simples e acessível. A escovação adequada três vezes ao dia, o uso diário de fio dental e visitas regulares ao dentista são medidas comprovadamente eficazes, conforme aponta a Associação Brasileira de Odontologia (ABO). A fluoretação da água, adotada no Brasil desde a década de 1970, também é reconhecida pela OMS como uma das principais responsáveis pela redução de 40% nos casos de cáries em países que a implementaram.
Educar crianças e adultos sobre essas práticas é um investimento em qualidade de vida. Escolas e unidades de saúde desempenham papel crucial nessa missão, ao promoverem campanhas que associem saúde bucal a hábitos cotidianos. Afinal, como afirma a Federação Dentária Internacional (FDI), "a saúde começa pela boca" – um lembrete de que cuidar dos dentes é preservar a saúde integral.