Cassius Morais: O vexame do Operário na Série de D não é surpresa

O futebol sul-mato-grossense está passando por mais uma fase de fracassos e resultados decepcionantes. O Operário Futebol Clube, tradicional equipe de Campo Grande, ocupa a última posição do grupo A7 na Série D, com apenas oito pontos. No último jogo em casa, a equipe sofreu mais uma derrota, ampliando a sequência negativa. Essa situação reflete o panorama desolador do futebol de MS, onde a falta de investimentos e a ineficiência na gestão esportiva são evidentes.

É incontestável o fato de que o desempenho do Operário na Série D era previsível. Mato Grosso do Sul ocupa uma lamentável 25ª posição entre as 27 federações estaduais do país. Fica atrás até mesmo de estados menos populosos e com menor tradição no futebol, como Roraima, Espírito Santo, Piauí, Sergipe e Acre. Essa colocação é um reflexo direto da falta de investimentos públicos e privados no desenvolvimento do esporte no estado.

O Governo do Estado até realizou um aporte financeiro para os times que disputaram a Série A do Campeonato Estadual em 2023, tornando a competição mais competitiva. No entanto, a qualidade técnica das equipes deixou a desejar. As prefeituras também contribuíram com recursos para garantir a infraestrutura mínima dos estádios, mas sem um investimento significativo. Esses esforços não são suficientes para alavancar o futebol local e colocá-lo em um patamar competitivo.

A falta de investimentos em divisões de base, centros de treinamento e estádios é um fator determinante para a estagnação do futebol em Mato Grosso do Sul. Sem estruturas adequadas e programas de desenvolvimento esportivo consistentes, os clubes enfrentam dificuldades em formar talentos e manter uma base sólida para o futuro. Além disso, a escassez de recursos financeiros impacta diretamente na contratação de jogadores de qualidade, comprometendo o desempenho das equipes.

A atual crise do futebol em Mato Grosso do Sul é resultado da falta de investimentos públicos e privados, além de uma gestão esportiva ineficiente. Sem um planejamento estratégico voltado para o desenvolvimento do esporte, a tendência é que os resultados decepcionantes continuem a ser rotina. É necessário que as autoridades e os investidores reconheçam a importância de investir em infraestrutura, formação de talentos e estratégias de marketing para alavancar o futebol no estado. Somente assim poderemos vislumbrar uma evolução significativa e uma mudança no cenário atual, abandonando a mera esperança de um milagre.

*Cassius Morais