No dia Dia Internacional da Saúde da Mulher, e também Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna é preciso pensar no impacto das mulheres nos serviços de saúde e o impacto do mundo atual na saúde das mulheres
No Brasil, pesquisa realizada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que as mulheres dedicam 21,3 horas a atividades domésticas, enquanto os homens gastam 10,9 horas com essas atividades.
O percentual de mulheres que realizavam cuidado de pessoas é de 37% enquanto o de homens é 26%. Ou seja, nós mulheres gastamos mais tempo e força com o lar, e também cuidando de outras pessoas do que os homens. Mulheres, crianças e adolescentes ainda enfrentam numerosos desafios inter-relacionados de saúde, estruturados na pobreza, na desigualdade e na marginalização.
Neste cenário exaustivo, precisamos pensar: Mas como esta a saúde de quem cuida, ou seja , da mulher? No Dia Internacional da Saúde da Mulher, celebrado no dia 28 de maio é também o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Momento oportuno para pensarmos na saude da mulher e nas mortes maternas.
Uma das principais mudanças implementadas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) no Brasil está relacionada à ampliação do conceito de saúde da mulher a partir da incorporação de questões como, por exemplo, a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. Os investimentos em intervenções baseadas em evidências ao longo de todo o curso de vida – do nascimento, passando pela infância e adolescência, até a idade adulta – são reforçados por um ambiente propício tanto no âmbito do sistema de saúde como em outros setores.
Se todas as mulheres que querem evitar uma gravidez tivessem acesso a contraceptivos modernos e todas as gestantes e recém-nascidos recebessem atendimento de acordo com o padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os benefícios seriam visíveis gerando impactos sociais e economicos. Podemos afirmar que haveria uma redução de das gravidezes indesejadas; dos abortos; da mortalidade materna; e das mortes de recém-nascidos. Além disso, a transmissão materno-infantil do HIV seria praticamente eliminada.
Segundo o Ministério da Saúde 92% das mortes das mulheres por causas maternas são evitáveis. As principais causas de mortes maternas, tradicionalmente, estão relacionadas com a hipertensão arterial, hemorragia, infecção puerperal e doenças do aparelho circulatório e respiratório. Sendo a hipertensão a maior causa. Quando falamos em trabalhadoras, no setor da Saúde, a participação das mulheres chega a quase 70% do total, sendo 62% da força de trabalho nas categorias profissionais de ensino superior completo e 74% com nível médio ou técnico.
Quando pensamos no dia internacional da saúde da mulher, devemos associar e fomentar cuidados como controle do peso corporal e evitar a obesidade, uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos ajudam também a manter , e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenção de doenças.
Para seguirmos avançando no tema será preciso introduzir e visibilizar novas “necessidades” de saúde das mulheres, até então ausentes das políticas públicas, definir recursos e responsabilidades nos diversos níveis do sistema, de acordo com as diretrizes do SUS e os instrumentos de gestão adotados pelo Ministério da Saúde e ntroduzir nas políticas a transversalidade de gênero, o recorte racial-étnico e as especificidades das mulheres bissexuais, trans e lésbicas.
* Gestora de Políticas Públicas para Mulheres da Cidade de Dourados - MS