O Sul-Mato-Grossense não tem motivos para comemorar quando o assunto é futebol. Times tradicionais falidos, estádios detonados, dirigentes covardes e calendário medíocre, esta é a realidade vivida.
Quem olha para a história das décadas de 70 e 80, quando os times faziam frente aos times nacionais e o estado ainda tinha apelo no cenário, hoje é só lamentação. O Operário de Campo Grande chegou a conquistar o terceiro lugar no Brasileirão de 77, e ainda participou de outras 9 edições: 1974, 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1984 e 1986.
O arquirrival Comercial, também de Campo Grande, chegou a disputar a elite Nacional nos anos de 1973, 1975, 1978, 1979, 1983 e 1986. Sua melhor participação foi na edição de 1983, quando alcançou o 23º lugar.
O Corumbaense, time mais antigo de MS, participou da edição de 1985, quando ficou apenas na 45ª posição.
Cruel Realidade
No glorioso "Ranking da CBF". atualizado anualmente conforme o desempenho do clubes e federações brasileiros, o Mato Grosso do Sul, liderado por Francisco Cesário de Oliveira, é apenas o 23º colocado, atrás de estados como Acre, Amazonas, Piauí e Sergipe. Estamos a frente de estados como futebol ainda mais medíocres como Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Entres os clubes a situação é ainda mais desesperadora, já que não temos um representante entre os 100 melhores brasileiros. O Águia Negra é apenas o 129º colocado.
Águia Negra, da pequena Rio Brilhante, que tenta sobreviver em meio ao caos vivido no futebol local. O time teve a cruel missão de representar MS na Série D e teve a terceira pior campanha entre os 64 clubes da fase de grupos, a frente apenas do Murici (AL) e do Jaraguá (GO), ambos com 5 pontos.
No dia 13 de outubro, o Águia voltará aos campos para disputa da Copa Verde.
O gigante Ubiratan, que conquistou o campeonato por três vezes, só disputou a competição 14 vezes, o que evidencia a inconstância e a falta de planejamento dos dirigentes locais.
Futuro (?!)
Ainda vemos times sonhando com dias melhores, como a surpresa Dourados Atlético Clube que fez uma campanha perfeita numa Série B de Estadual, e depois conquistando o vice-campeonato da série A 2021. Outro clube que pratica uma boa gestão e tenta sobreviver é o atual campeão Costa Rica que foi implacável na disputa e garantiu a vaga na Série D de 2022.
Caso não haja um futebol minimamente competitivo, um calendário decente e gestão com credibilidade, tanto na Federação, quanto nos clubes, não há como sonhar.
Sem estrutura não há como atrair investidores, novos torcedores e atletas de nível para os times locais. Antes ainda víamos jogadores já na fase final de carreira jogando em gramados pantaneiros. Hoje um misto de jovens sonhadores e jogadores de aluguel trazidos de fora por empresários que ganham a vida "sugando" o que ainda nos resta de investimento.
Marizete de Souza Lima Basalia
É uma pena tudo isso, pois se houvesse investimento teríamos grandes jogadores a serem descobertos e mais entretenimentos saudáveis para a população! Lamentável!
Deumeires
Penso que falta também investimento das empresas e incentivo do poder público do MS. Excelente matéria, me fez recordar bons tempos vividos pelo futebol no nosso estado.