Projeto Sasakawa promove formação de agentes e profissionais da saúde para diagnóstico precoce, acolhimento e enfrentamento ao estigma
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul está intensificando as ações de capacitação de profissionais de saúde para o enfrentamento da hanseníase, diante do aumento de casos no estado. Em 2024, já foram registrados 324 novos casos, o que equivale a quase um diagnóstico por dia, representando um crescimento em relação aos 275 casos confirmados em 2023.
Como parte do Projeto Sasakawa, a SES realizou entre os dias 10 e 13 de junho a primeira etapa de treinamentos em Três Lagoas, capacitando 150 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em duas turmas. O foco foi o reconhecimento dos sinais e sintomas da doença, estratégias de busca ativa de contatos, acolhimento adequado dos pacientes e combate ao estigma social associado à hanseníase.
A enfermeira Fabiana Nunes Pisano, consultora técnica da Gerência Estadual de Hanseníase e Tuberculose da SES, destacou a importância fundamental dos agentes comunitários no processo de identificação precoce da doença. "São esses profissionais que têm o contato direto com a população, levam informações corretas e ajudam a reduzir o preconceito que ainda envolve a hanseníase", explicou.
A próxima fase de capacitações está programada para os dias 24 a 26 de junho, desta vez voltada para médicos, enfermeiros e fisioterapeutas das unidades de saúde de Três Lagoas e dos municípios vizinhos de Água Clara, Bataguassu, Brasilândia, Santa Rita do Pardo e Selvíria. O conteúdo abordará o aprimoramento do diagnóstico clínico, manejo das reações hansênicas, realização da Avaliação Neurológica Simplificada (ANS) e acompanhamento dos pacientes em tratamento.
Essas ações contam com o apoio técnico da Coordenação Geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde (CGHDE/DEDT/SVSA/MS), tendo participado da primeira etapa a coordenadora substituta Jurema Guerrieri Brandão e a consultora técnica Laís Sevilha, além de Fabiana Pisano.
A SES mantém uma parceria estratégica com o Hospital São Julião, referência nacional no tratamento da hanseníase, para fortalecer as ações de vigilância e educação em saúde em todo o estado. Essa colaboração inclui suporte técnico permanente às unidades de Atenção Primária, visando melhorar a qualidade do atendimento e a detecção precoce de casos.
A hanseníase, doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, pode levar a graves incapacidades físicas se não for diagnosticada e tratada a tempo. Seus principais sintomas incluem manchas na pele com alteração de sensibilidade, dormência e fraqueza muscular. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito e eficaz, sendo fundamental que a população procure atendimento médico aos primeiros sinais da doença.
Com o slogan "Hanseníase: conhecer e cuidar, de janeiro a janeiro!", a campanha da SES busca conscientizar profissionais e população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para interromper a cadeia de transmissão e prevenir sequelas. As informações sobre os serviços de saúde disponíveis podem ser obtidas nas unidades locais ou no site oficial da SES.