Do dia 1° de janeiro até 14 de julho, 880 pessoas denunciaram ter sido vítimas de estupro em Mato Grosso do Sul, sendo 258 só em Campo Grande. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Conforme o levantamento, 747 das vítimas, são do sexo feminino, incluindo crianças e adolescentes.
Se analisado os números, é como se o Estado registrasse diariamente 4 casos durante os primeiros 195 dias de 2022.
O número de vítimas apresentados pelo levantamento da Sejusp é superior ao de registros policiais, isso porque ocasionalmente há mais de uma vítima na mesma denúncia. O total de boletins de ocorrência de estupro registrados neste período, é de 830.
Segundo o Portal G1, o último Mapa do Feminicídio divulgado pelo Governo do Estado informou que só no ano passado 1.833 mulheres registraram B.O por estupro.
Na noite de quinta-feira (14), duas jovens de 22 e 24 anos, foram violentadas quando saíam de uma academia no Residencial Oliveira, em Campo Grande. O suspeito de 49 anos foi preso minutos depois do crime e reconhecido pelas vítimas. Ele já tinha passagens pela polícia.
Segundo a psicóloga Elizabeth Monti Henkin, os traumas em consequência de um estupro permanecem muito tempo após o crime.
“A violência deixa sequelas graves. É necessário se conhecer, através do processo psicoterápico para diminuir os agravos e permitir-se ter uma vida normal . Ninguém escolhe ser violentada e isso causa um sofrimento absurdo, impedindo um desenvolvimento emocional adequado”.
Questionada sobre o tempo até a melhora, a psicóloga enfatiza ser difícil falar em “cura”.
“A pessoa se trata e aprende a lidar com aquele sofrimento para não reviver o trauma o tempo inteiro”, diz, lamentando o fato de algumas vítimas ainda serem julgadas após a violência. “Ninguém veste roupa para ser estuprada. O problema é o abusador, o estuprador”.
Na última quarta-feira (13) uma força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com apoio da Delegacia Especializada no Atendimento às Crianças e Adolescentes (DEPCA), cumpriu 13 mandados de prisão por estupro de vulnerável em Mato Grosso do Sul.