A situação da estiagem na Argentina se agrava a cada dia e preocupa os agricultores. De acordo com dados da Bolsa de Comércio de Rosário, com a seca extrema, a produção de soja deve ser 45% menor em relação ao esperado.
Para a safra de trigo, a queda deve ser ainda maior em termos percentuais, com recuo de 50% ante o ciclo passado. Isso representará a pior safra em 13 anos.
Sobre a quebra de safra da Argentina por causa das condições climáticas e o que isso pode resultar para o agronegócio brasileiro, o chefe do setor de grãos da consultoria Datagro, Flávio França Júnior, concedeu entrevista ao Canal Rural. Ele conversou com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva durante a edição desta quarta-feira (5) do telejornal ‘Mercado & Companhia’.
Os números ainda não são definitivos. Pelo clima irregular, muita área não foi plantada ou foi plantada fora do período ideal. O clima de chuvas escassas segue em praticamente todas as regiões produtoras. Os volumes estão caindo semana após semana. A gente está considerado a safra de soja abaixo de 25 milhões de toneladas. E a safra de milho, outra grande safra de verão da Argentina, deve ficar abaixo das 30 milhões de toneladas.
Para se ter uma ideia do tamanho do estrago: era esperado, em condições normais, safra de 50 milhões de toneladas de soja e de 55 milhões de toneladas de milho. Já são perdas superiores a 50%. É um desastre completo para o país. E é isso que tem ajudado a manter os preços aquecidos neste primeiro semestre. Por consequência, isso tem ajudado a remunerar melhor os produtores rurais brasileiros.