Na próxima década, a produção agrícola e pesqueira na América Latina e no Caribe deverá crescer 14%, sendo que cerca de 64% deste crescimento será proveniente da produção agrícola, 28% do setor pecuário e os restantes 8% da pesca.
É o que aponta o novo relatório “Perspectivas Agrícolas”, produzido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O documento ainda projeta como estas estimativas devem afetar a emissão de gases de efeito estufa, mudar o padrão de alimentação da população regional e impactar no comércio internacional. Até 2031 a região deverá responder por 18% das exportações globais de alimentos.
De acordo com o novo relatório “Perspectivas Agrícolas”, produzido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção agrícola e pesqueira na América Latina e no Caribe deverá crescer 14% nos próximos dez anos.O relatório explica que cerca de 64% deste crescimento será proveniente da produção agrícola, 28% do setor pecuário e os restantes 8% da pesca.
Até 2031, a região continuará sendo a maior produtora de soja do mundo, respondendo por 53% da produção global. A contribuição da região para a produção mundial de cereais é menor, mas sua participação na produção de milho aumentará quase 18% até 2031.
A produção de aves será responsável por mais de 55% do crescimento da produção de carne até 2031, com a produção de bovinos e suínos representando 29% e 16%, respectivamente. A produção de pescado se recuperará de uma contração modesta nos últimos dez anos para um crescimento de 12% até 2031.
Espera-se que os ganhos de produtividade continuem, com ganhos médios de rendimento de cerca de 10% projetados até 2031 para a maioria das principais commodities agrícolas.
Efeito estufa - O novo relatório da OECD-FAO projeta também que as emissões de gases de efeito estufa crescerão 0,1% ao ano, na próxima década. A maior parte desse aumento virá da produção agrícola, onde as emissões devem aumentar 3,2% nos próximos dez anos, em comparação com um aumento de 2,3% da produção pecuária.
No entanto, em relação ao valor líquido da produção agrícola, as emissões por valor unitário de produção diminuirão a um ritmo mais lento do que no passado.
Padrões alimentares - O relatório alerta que a qualidade dos alimentos consumidos pelos segmentos de baixa renda da população regional tende a ser afetada pelos persistentes desafios da pobreza, e que a instabilidade macroeconômica e os preços dos alimentos podem ter um impacto considerável na segurança alimentar da região na próxima década.
Após uma queda de curto prazo, influenciada pelo impacto da pandemia no poder de compra, projeta-se que a ingestão calórica média per capita aumente para 3.077 kcal/dia em 2031. Isso significa um aumento de 60 kcal/dia em relação a 2019-21 e é atribuído principalmente ao consumo de produtos de origem animal.
Apesar da diminuição do consumo, a América Latina e o Caribe continuará sendo a região com o maior consumo per capita de açúcar do mundo. A ingestão per capita de proteína deverá aumentar para 89 g/dia até 2031, um aumento de 3,1 g/dia. Os produtos de origem animal contribuirão com a maior parte desse aumento – mais de 70% – principalmente devido ao maior consumo de laticínios.
O consumo de carne per capita deverá aumentar apenas 3,3% na próxima década. O consumo de pescado, que em uma base per capita é apenas cerca de metade da média mundial, aumentará de apenas um quilo per capita para dez quilos, comparável à década passada.
Comércio aberto - O relatório da OECD-FAO afirma que até 2031 a região deverá responder por 18% das exportações globais de alimentos.
O forte crescimento da oferta permitirá à região consolidar sua posição como grande exportador: até 2031, a região será responsável por 61% das exportações mundiais de soja, 59% de açúcar, 45% de farinha de peixe, 43% de milho, 40% de carne bovina e óleos de peixe, 32% de aves e 25% de etanol.
Dada a importância da região no mercado internacional, o grau de abertura comercial terá consequências significativas para o setor e para a segurança alimentar mundial.