Uma das maiores empresas globais do setor de criptoativos, a Tether, anunciou um novo projeto em Mato Grosso do Sul: a instalação de um data center de mineração de bitcoin alimentado por energia limpa. A estrutura será abastecida por duas usinas da empresa Adecoagro, localizadas nos municípios de Ivinhema e Angélica, reforçando o compromisso com soluções sustentáveis e inovação tecnológica.
Embora o município exato onde o centro será instalado ainda não tenha sido confirmado, o governador Eduardo Riedel mencionou a possibilidade de implantação em Iguatemi. “É um investimento privado e todas as condições que eles precisarem para investir, nós vamos oferecer”, afirmou durante evento em Campo Grande.
A iniciativa é fruto de uma parceria firmada entre a Tether e a Adecoagro, formalizada por meio de um Memorando de Entendimento assinado no início de julho. A proposta é utilizar excedentes de energia gerada a partir de fontes renováveis, como biomassa, nas operações de mineração de bitcoin — atividade que exige alta demanda energética.
Mariano Bosch, cofundador e CEO da Adecoagro, destacou o caráter inovador do projeto. “Estamos empolgados em explorar formas novas de agregar valor à nossa matriz energética renovável. Essa parceria nos permite fixar preços em parte da energia vendida no mercado spot, ao mesmo tempo em que aproveitamos o potencial de valorização do bitcoin”, explicou.
Juan Sartori, diretor de Negócios da Tether e também presidente do conselho da Adecoagro, reforçou o caráter estratégico da colaboração. “Essa união entre agricultura, energia e tecnologia nos permite diversificar e otimizar nossas operações de forma responsável e com foco no futuro”, afirmou.
Segundo o governo estadual, o data center contará inicialmente com 12 megawatts de energia limpa para abastecimento — volume proveniente das duas unidades industriais da Adecoagro no estado. A empresa, que tem sede em Hong Kong, atua de forma global, com presença marcante na Europa e nos Estados Unidos.
Além de impulsionar o uso de tecnologias sustentáveis no Brasil, o projeto também representa uma nova etapa de investimentos privados em Mato Grosso do Sul, aproximando o estado de uma economia cada vez mais digital e integrada à transição energética mundial.