Agora é oficial, a empresa Vale fez o comunicado ao mercado nacional e internacional que sua unidade em Corumbá de exploração de minérios de ferro e manganês e o sistema logístico que tem disponível no município está em processo de venda e em estágio avançado de negociação.
Essas tratativas tem gerado alerta para a economia do Mato Grosso do Sul e de Corumbá, além de Ladário, porque não se sabe se a exploração vai ser paralisada, com isso ocorrer redução de arrecadação aos cofres públicos, além do registro de demissões.
Em fevereiro, o Correio do Estado antecipou a informação e divulgou que as negociações já ocorriam e poderiam ser fechadas com a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), mas há também uma empresa canadense envolvida na negociação.
A mineradora apontou que a decisão na venda ocorreu para atender uma linha de estratégia de simplificação de portfólio e foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados pela alocação de capital disciplinada, conforme nota, enviada para o mercado na sexta-feira (1º).
Nesta segunda-feira (4), o secretário da Semagro, Jaime Verruck, posicionou-se que o governo do Estado acompanha as negociações para verificar qual será o impacto econômico e social para a região.
“A companhia Vale, maior mineradora do mundo, fez o comunicado que vai vender a operação Centro-Oeste, que fica no município de Corumbá. Eles empregam em torno de 1 mil pessoas em Corumbá, é importante para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul", disse Verruck.
"Quero tranquilizar os funcionários, o município de Corumbá, nós não conhecemos quem será o novo operador, mas eu e o governador Reinaldo (Azambuja) estamos tendo reunião com a diretoria da Vale. Discutimos muito e importante mencionar que querem manter o nível de operação, há uma necessidade de manter o atual nível de operação para garantir os empregos”, explicou o secretário.
O titular da Semagro enfatizou ainda que prevê melhorias para o setor de mineração no Estado a partir da entrada de uma nova empresa no planta de Corumbá.
“Acreditamos que com melhoria da logística, essa sinalização de concessão ou regime de autorização ferroviária, a perspectiva é que a empresa que vá assumir a produção da Vale em Corumbá poderá ter crescimento da produção da exportação e do envio do mercado interno", salientou.
"O minério de ferro que temos tem qualidade, temos reservas para muitos anos e ainda a melhora da logística. Estamos trabalhando esse cenário com a diretoria da Vale. A perspectiva é positiva”.
No comunicado da Vale, a empresa informou que o sistema Centro-Oeste produziu 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro e cerca de 200 mil tonelada de minério de manganês, contribuindo com US$ 110 milhões em lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebtida, na sigla em inglês) da companhia.
A estrutura da Vale na região de Corumbá foi adquirida por completo em 2009 e o valor da negociação foi de US$ 750 milhões.
A estrutura envolve a mina Urucum, que fica a 22 km de Corumbá e possui exploração a céu aberto de minério de ferro e mina subterrânea de minério de manganês.
A mina Santa Cruz tem várias frentes de lavra. A Vale tem também nessa estrutura o pátio de expedição Pé da Serra, pátio de escoamento e pátio ferroviário Antonio Maria, pátio de expedição Tupacery, Porto Gregório Curvo, Terminal Portuário Granel Química (Ladário) e mina Belga (apenas ativo histórico, que foi iniciada em 1907).
As minas localizadas em Corumbá não são as mais lucrativas para a mineradora. O Sistema Centro-Oeste é o que tem o menor volume em extração de minério de ferro diante das outras unidades.
Relatório trimestral apontou que 795 mil toneladas foram obtidas em Corumbá, contra 50 milhões no Sistema Norte; 18,6 milhões no Sistema Sudeste; e 12,9 milhões no Sistema Sul.