Pela primeira vez no Pantanal sul-mato-grossense, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) realizou uma queima prescrita no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. A ação preventiva, que começou no domingo (6) e segue até a próxima semana, envolve 42 profissionais e utiliza técnicas do Manejo Integrado do Fogo (MIF) para reduzir riscos de incêndios florestais na temporada seca.
A queima controlada em 78,3 mil hectares - localizados entre Aquidauana e Corumbá - cria barreiras naturais que diminuem a propagação de possíveis incêndios. "Formamos mosaicos que reduzem a intensidade das chamas, facilitando o combate", explicou o major Eduardo Teixeira, da Diretoria de Proteção Ambiental do CBMMS.
A operação conta com apoio do Imasul, Ibama/Prevfogo, UFMS e ONGs. Pesquisadores da universidade monitoram os resultados para replicar a estratégia em outras áreas. "O fogo controlado, aliado a ações educativas, previne catástrofes ambientais", destacou o biólogo Geraldo Damasceno Júnior, da UFMS.
Antes da ação, entre 3 e 5 de abril, produtores rurais da região receberam treinamento em manejo do fogo. "A colaboração com pantaneiros é essencial para a prevenção", afirmou o capitão Samuel Pedroso, do CBMMS.
Tecnologias como drones, sensores meteorológicos e veículos adaptados garantem a segurança da operação. Um caminhão especial com capacidade para 7 mil litros de água permite combate móvel às chamas.
"Esta ação demonstra nosso compromisso com a preservação do bioma", disse André Borges, diretor do Imasul. Mato Grosso do Sul foi o primeiro estado a instituir política de Manejo Integrado do Fogo, antecipando-se às mudanças climáticas que intensificam incêndios na região.
A iniciativa integra os preparativos para a Temporada de Incêndios Florestais (TIF) 2025 e conta com apoio de diversas instituições ambientais. O último grande incêndio no parque ocorreu em 2021.