A informação de que os alimentos estão cada dia mais caros não é novidade para ninguém, mas o mercado de armas também está lucrando mais com os preços elevados de seus produtos. A Taurus Armas viu o preço médio por unidade passando de R$ 700 para R$ 1.250, um aumento de 78,6% no primeiro semestre deste ano.
Salesio Nuhs, presidente global da Taurus Armas, afirma que o maior valor médio gasto por seus clientes é decorrente da maior tecnologia agregada dos produtos. Cerca de 68% da receita da Taurus veio do exterior no semestre, mas o executivo afirma que o valor pago pelo consumidor brasileiro evoluiu no mesmo ritmo.
O público consumidor de armas no Brasil vem aumentando seu interesse por produtos de maior valor agregado. Esse movimento, segundo a Taurus, se intensificou desde a flexibilização da legislação brasileira relativa à aquisição de armas.
Considerando o repasse da inflação, a receita da Taurus com a venda de armas cresceu 47,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. A participação do mercado brasileiro no negócio de armas da Taurus passou de 21,3% no primeiro semestre de 2021 para 28,6%. Foram 186 mil armas vendidas no Brasil de janeiro a junho, um aumento de 17,7% em base anual.
A Taurus produziu 1,1 milhão de armas no primeiro semestre deste ano, sendo 702 mil na fábrica brasileira, um aumento de 1,7% em relação a igual intervalo de 2021. A receita líquida da empresa alcançou R$ 1,3 bilhão de janeiro a junho, um aumento de 9,2% ante mesmo intervalo de 2021.
Após uma disparada no interesse do público americano por armas, especialmente nas eleições presidenciais e no início da pandemia, esse apetite parece desacelerar, mas ainda se mantendo em patamar elevado, segundo a Nuhs.
O índice de intenções de compras de armas no mercado norte-americano medido pelo Adjusted NICS (National Instant Background Check System) chegou ao seu ponto mais alto da história em março de 2020 e, considerando o acumulado trimestral, teve pico no quarto trimestre daquele ano, com 5.626 consultas ao sistema para a compra de armamento.
No primeiro semestre deste ano foram 8.130 consultas ao NICS, 16,8% abaixo do observado de janeiro a junho do ano passado, mas ainda assim vem rodando acima da média histórica dos últimos anos. Segundo Nuhs, isso sinaliza que o mercado americano segue aquecido.
O executivo explica ainda que é comum um aumento da procura por armas a partir de agosto. "É uma sazonalidade do setor", diz.