O Brasil tem em torno de 23% do território agrícola com algum nível de conectividade, de acordo com o secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura (Mapa), Cléber Soares. “Mas não significa dizer que estamos conectados”, disse ele no programa Direto ao Ponto, deste domingo, 20. O Norte e o Nordeste são as regiões com os maiores vazios de conexão no campo.
Na entrevista, Soares deu detalhes sobre duas estratégias que o ministério vem adotando para melhorar o acesso à internet de quem vive nas zonas rurais. A primeira medida envolve a otimização de antenas e torres já existentes.
“Para dobrarmos esse nível de conectividade no campo, é necessário otimizar o uso de 4.400 antenas e torres que estão disponíveis em locais estratégicos do território agrícola brasileiro para poder iluminar e aumentar o provimento de internet no campo […]. Identificamos que parte dessas torres possuem antenas e parte não possuem. Além disso, também será necessário reposicionar, reformular algumas antenas”.
O segundo plano é a ampliação do volume de estruturas pelo Brasil. “São necessárias construções, ou seja, alocação de 15.182 torres e antenas para ter uma cobertura maior. Com isso, nós teríamos uma cobertura próxima a 90% de iluminação de conectividade no território agrícola”, afirmou Soares.
Também convidado do programa, o coordenador técnico do Instituto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Joaci Medeiros, ressaltou como a conectividade nas áreas de produção agropecuária ajudará na economia do país.
“Considerando o agronegócio como uma grande engrenagem da economia brasileira, o grande motor da economia, a gente vê a conectividade como um grande lubrificante dessa engrenagem chamada agronegócio”, disse Medeiros.
O secretário de Inovação, Cléber Soares, também comentou sobre o dinheiro para ampliar a conexão no campo. “A perspectiva do Ministério da Agricultura é fomentar o acesso a esses recursos por meio do Fundo da Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Nossa expectativa é que parte desses recursos seja aplicado na conectividade no campo”.
O Fust foi criado em 2000 e é de responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo a entidade, o objetivo do fundo é dar suporte a iniciativas que visem a levar serviços de telecomunicações para regiões que não têm acesso a esses serviços. Áreas com baixa densidade demográfica ou locais em que a população tem baixa renda ou onde não há infraestrutura adequada seriam beneficiadas com o fundo.