Ao mesmo tempo em que Mato Grosso do Sul se mostra expoente na vacinação contra Covid, vem enfrentando um momento de caos na Saúde. Pacientes estão sendo remanejados a outras unidades federativas por falta de leitos, e de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, é o estado brasileiro com maior índice de aplicação da 1ª dose da vacina contra o coronavírus.
Posto o cenário à mesa, o que se vê, frente à análise do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, é um "verdadeiro paradoxo". Nessa terça-feira (8), Mato Grosso do Sul totalizou 21 envios de pacientes a outros estados, para o tratamento da Covid e acumula mais de 930 mil pessoas vacinadas contra Covid com a 1ª dose.
"A cada 10 sul-mato-grossenses, 3 já receberam a vacina. O número é histórico, os números são para comemorar. Nós estamos vendo um agravamento da pandemia e a vacinação avançando. Estamos fazendo tudo que é possível para ampliar a vacinação e atender as situações da pandemia. É um verdadeiro paradoxo, tem pessoas que seguem caminhos diferentes daqueles apontados pela ciência", evidenciou Resende.
Mesmo com o agravante da pandemia no estado, a vacinação tem se demostrado essencial, tanto que virou jargão político: "em Mato Grosso do Sul, tratamento precoce é vacina no braço".
Os dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que 33,41% da população do estado recebeu pelo menos a primeira dose da vacina contra Covid. Já o número de pessoas imunizadas, quando leva em consideração as duas doses, chega a um pouco mais de 13,50% dos sul-mato-grossense.
Com quase cinco meses de campanha de vacinação contra Covid, os números mostram que 938.494 sul-mato-grossenses já receberam a primeira dose. O reforço vacinal foi aplicado em 379.391 cidadãos de Mato Grosso do Sul. Se os dados forem totalizados, conclui-se que 1.317.885 doses já foram aplicadas no estado.
Frente aos números e a realidade do estado, a infectologista Priscila Alexandrino é categórica ao dizer que a imunização contra Covid só pode ser alcançada após as duas doses.
"A vacina produz imunização com a segunda dose e 14 dias depois. Isso que os estudos e bulas das farmacêuticas apontam. Enquanto não estão tomando a segunda dose, as medidas de biossegurança devem ser contínuas", evidenciou a infectologista.
Nesta quarta-feira (9), dia da Imunização, muito da história da vacina ainda é desconhecida. Antes de muitas pessoas discutirem sobre as duas doses da vacina contra Covid, lá em 14 de maio de 1796, cem anos antes de que o todos soubessem o que são os vírus, o médico inglês Edward Jenner descobriu a primeira vacina, capaz de combater um dos piores deles.
O médico usou o vírus de uma doença adquirida da vaca, que provocava lesões muito similares à varíola, que ele conseguiu criar o medicamento capaz de combater essa doença.
A varíola era uma ameaça à humanidade e a luta contra ela era travada há muito tempo. A descoberta de Jenner ocorreu em uma época obscura para a ciência, quando doenças infecciosas eram justificadas como fruto de forças negativas.
"Mesmo com a primeira dose da vacina contra Covid, a imunização contra o vírus só alcançada com as duas doses", deixou claro a médica infectologista, Priscila Alexandrino. Para reforçar, neste dia da Imunização, a especialista avisa: "as medidas de biossegurança devem ser adotadas, mesmo que a pessoa tenha tomado as duas doses, ela pode transmitir".
Os cuidados foram adotados pela dentista, Loriane Ricalde, que já tomou as duas doses da AstraZeneca. Ela recebeu a primeira dose no dia 28 de janeiro, logo que abriu a imunização para os trabalhadores da área da Saúde, em Mato Grosso do Sul.
"Eu fiquei muito feliz em tomar a minha vacina. Antes eu tinha muito medo das situações. Eu fiquei muito emocionada com a minha primeira dose. Tinha uma angústia grande, como sou dentista tenho contato direto com as pessoas e sem máscara", lembrou.
Loriane detalhou o sentimento ao receber a primeira dose do imunizante. "Eu cheguei a chorar, um pouquinho, quando recebi a primeira dose. Eu fiquei extremamente feliz. Me sinto privilegiada por ter tido acesso à vacina, tantas pessoas ainda não puderam se vacinar".
Até o dia 28 de abril de 2021, dia em que Loriane recebeu o reforço vacinal, a dentista disse que seguiu todas as medidas de biossegurança, pois sabia que não estava completamente imunizada. Para ela, a segunda dose, além de trazer a imunização, trouxe coragem.
"Até agora, com a segunda dose, continuo com os cuidados. Antes de receber a vacina, tinha muito medo de passar o vírus para minha família e acabar em um hospital, ou até mesmo morrer. Eu tive a coragem de até ir em um restaurante, tive mais tranquilidade", expressou.
Depois de receber as duas doses, Loriane conta que conseguiu visitar os pais com mais segurança e até ir ao mercado com mais confiança, mas sem pestanejar nos cuidados e práticas de biossegurança como o uso de máscaras e álcool em gel.
Loriane falou que ao ver muitos pacientes em estado grave da Covid e até sendo levados para outros estado, ele se sente "muito privilegiada" por ter se vacinado "Ainda é para poucos. Só o fato de eu estar imunizada, é um privilégio muito grande", finalizou.
Este privilégio destacado pela dentista, é frisado pela infectologista Priscila Alexandrino que disse que, os estudos mostram que a imunização contra Covid só pode ser vislumbrada após 14 dias depois da segunda dose. "Mas não é por que está imunizando que pode descuidar. Temos as variantes, temos que ficar atentos e vigilantes, o vírus é cruel", pontou a médica.
Gilberto Guimarães
Todas as doenças tem grandes chances de cura com tratamento inicial , mas para o covid não se aplica, vcs estão matando as pessoas sem dar direito a escolher se médica com o q tem ou espera agravar para tratar.