Nesta sexta-feira (20) a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul anunciou ter sido notificada sobre provável caso de Fungo Negro, em paciente acometido com o novo coronavírus (Covid-19) em Dourados.
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) foi notificado em 16 de agosto pelo município de Dourados sobre o Paciente L.O.B., 31 anos, residente de Dourados, sem comorbidades. O paciente está internado em leito clinico e está recebendo tratamento Anfotericina B. Foi colhida amostra em 19 de agosto e encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS).
Mato Grosso do Sul teve um caso confirmado de mucormicose em paciente de Covid-19 este ano. O caso foi notificado em 31 de maio sobre o Paciente C.E.D.S., 71 anos, residente de Campo Grande, com comorbidades Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. O paciente faleceu em 2 de junho. O caso de mucormicose foi confirmado em 29 de julho.
O segundo caso suspeito foi notificado em 2 de junho em Corumbá no paciente M.B, de 50 anos, residente de Corumbá. O paciente recebeu alta hospitalar no dia 19 de julho e permanece em reabilitação no domicílio. Em 30 de julho o caso foi descartado para Mucormicose, resultado da cultura negativo.
O termo mucormicose é usado para se referir a toda infecção fúngica causada por fungo da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. As pessoas contraem mucormicose entrando em contato com os esporos fúngicos no ambiente. Por exemplo, as formas pulmonares ou sinusais da infecção podem ocorrer depois que alguém respira em esporos. Essas formas de mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.
A progressão da doença leva a uma sequência de sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica. Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito.
O tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados. Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho. A cura também pode envolver de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Como afeta várias partes do corpo, o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros.