Por meio de uma parceria entre o Município, Governo do Estado e Governo Federal, Dourados deverá ter, nas próximas semanas, uma Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO). Portaria publicada pelo Ministério da Saúde no dia 9 deste mês estabelece um incentivo financeiro para a implantação da estrutura, que poderá ser instalada junto a uma unidade hospitalar a ser definida, podendo ser o Hospital da Vida, Hospital Evangélico ou outra.
A decisão do Ministério da Saúde atende a uma solicitação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) encaminhada pelo secretário Geraldo Resende, com base em proposta apresentada e pactuada em março do ano passado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
Em Mato Grosso do Sul, atualmente apenas em Campo Grande existe uma unidade da OPO. A de Dourados será a segunda instituição do gênero no Estado e, da mesma forma, será subordinada à Central Estadual de Transplantes (CET/MS).
A Portaria do Ministério da Saúde estabelece um recurso financeiro no montante de R$ 20.000,00 a ser disponibilizado ao Estado de Mato Grosso do Sul e Município de Dourados, em parcela única, para a implantação da estrutura física (móveis e equipamentos) da OPO.
De acordo com Claire Miozzo, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, após a implantação da estrutura, o repasse desse valor será mensal e destinado ao custeio da Organização, que deve ser composta por um médico e três profissionais de nível superior (preferencialmente da área de enfermagem).
O que é
A Organização de Procura de Órgãos e Tecidos é uma instituição ligada à Central Estadual de Transplantes e à Central Nacional de Transplantes, que é a responsável por informar a viabilidade de doador à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO, que realiza a distribuição dos órgãos, indicado à equipe transplantadora responsável pela retirada e implante do mesmo.
A captação de órgãos é feita após a confirmação da doação. Quando a equipe de transplante toma conhecimento de todas as informações do doador, ela avalia se o órgão é apropriado ao seu receptor. Assim sendo, em caso afirmativo, a equipe responsável envia seus cirurgiões até o hospital em que o doador se encontra.
Segundo a coordenadora da CET/MS, a extensão territorial de Mato Grosso do Sul, representa um limitador no acesso às doações de órgãos e tecidos, uma vez que a OPO instalada na Santa Casa de Campo Grande, vem restringindo sua abrangência às localidades próximas à capital.
A proposta acolhida pelo Ministério da Saúde, tem a finalidade de impulsionar o processo de doação e transplante em Mato Grosso do Sul, por meio do aumento do número de notificações de morte encefálica e de doadores efetivos. “Consequentemente, haverá aumento no número de transplantes de órgãos e impacto positivo no número de vidas salvas nos 33 municípios da região”, finaliza o secretário Geraldo Resende.