A superlotação e a pressão constante são desafios enfrentados diariamente pelos policiais penais da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), que atualmente possui apenas um agente para cada 170 detentos. A unidade abriga mais de 2.540 presos, incluindo 225 indígenas, em condições consideradas críticas pelos servidores.
Nesta quarta-feira (4), mais de 50 policiais penais realizaram um protesto em frente à penitenciária para reivindicar melhorias. Entre as demandas estão a regulamentação da carreira, progressão automática e equiparação salarial com as demais forças de segurança do estado.
“Está passando da hora do governador olhar com mais atenção para o policial penal, que exerce a segunda profissão mais perigosa do mundo”, afirmou Edmar Lei Silva, diretor regional do Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS).
De acordo com informações da categoria, a situação na PED é preocupante, especialmente no Raio II, que abriga 730 presos, e no setor linear, com 630 detentos. Apenas dois policiais penais, em média, atendem a cada raio, situação descrita como “desumana” por uma agente que preferiu não se identificar.
“Estamos à beira do colapso. Nosso ambiente de trabalho virou um caos, e o risco é permanente”, declarou a policial ao Jornal Midiamax.
A pressão gerada pelas condições de trabalho já levou alguns agentes a desistirem das horas extras, afetando a rotina da penitenciária e as visitas dos internos. Segundo o sindicato, a situação tende a se agravar caso nenhuma medida seja tomada.