A cidade de Ponta Porã, situada a 313 km de Campo Grande, foi palco da terceira fase da Operação Deviare, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), nesta terça-feira (27). O desdobramento resultou na prisão de oito guardas civis municipais, elevando para 32 o total de agentes da GCMFron (Guarda Civil Municipal de Fronteira) investigados no âmbito da operação, que teve início em setembro do ano passado.
Segundo informações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os mandados cumpridos hoje foram embasados em investigações anteriores, utilizando material apreendido, especialmente celulares.
Os dados revelaram que os oito guardas municipais alvos dos mandados cumpridos nesta terça-feira, assim como outros indivíduos sob investigação, se aproveitavam de suas funções públicas para obter vantagens indevidas de forma rotineira na região de fronteira.
As supostas extorsões eram direcionadas principalmente a pessoas em situação ilegal, como os conhecidos "sacoleiros", pequenos contrabandistas. De acordo com o Gaeco, a corrupção estava enraizada no sistema. Os 32 guardas estão sendo investigados por crimes como associação criminosa, peculato, comércio ilegal de armas de fogo e outros delitos correlatos.
A operação contou com o apoio do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) para o cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão nas residências dos guardas detidos. A Operação Deviare recebeu esse nome, que significa "desviar" em italiano, devido ao fato de a investigação ter sido iniciada após o desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas municipais de Ponta Porã em agosto de 2021.