Nesta quarta-feira (21), o inverno começará oficialmente no hemisfério sul. No entanto, espera-se que a estação mais fria do ano seja atípica devido à influência do El Niño, um fenômeno meteorológico que provoca o aumento das temperaturas - e que tem potencial para se transformar em um Super El Niño.
Tanto o El Niño quanto a La Niña influenciam as mudanças nos padrões de transporte de umidade e, consequentemente, causam variações na distribuição das chuvas em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Segundo o International Research Institute for Climate and Society, os dois fenômenos, El Niño (EN) e La Niña (LN), têm as seguintes características:
O El Niño e La Niña ocorrem alternadamente e têm um período de neutralidade entre eles. Para determinar qual fenômeno está em curso, é necessário observar uma persistência nas alterações de temperatura no Oceano Pacífico por pelo menos cinco ou seis meses.
O El Niño representa a fase positiva do fenômeno conhecido como El Niño Oscilação Sul (ENOS). Durante sua ocorrência, ocorre um reforço do calor durante o verão e o inverno se torna menos rigoroso. Isso acontece porque o El Niño dificulta a progressão de frentes frias no país, resultando em quedas de temperatura mais sutis e breves.
Além disso, durante o El Niño, o ar se torna mais seco e começa a circular em direção descendente, o que dificulta a formação de chuvas e está associado a períodos de seca.
Os impactos do El Niño no clima do Brasil podem variar em diferentes regiões. Normalmente, durante o El Niño, ocorrem secas no Norte e Nordeste do país, com chuvas abaixo da média, principalmente nas regiões mais próximas ao Equador. Por outro lado, o Sul e o Sudeste do Brasil podem experimentar chuvas excessivas.
Em relação ao El Niño e ao aquecimento global, é importante destacar que o El Niño é uma variabilidade climática natural e não está diretamente relacionado às mudanças climáticas de longo prazo. No entanto, é possível que as mudanças climáticas afetem os mecanismos de variabilidade, incluindo o El Niño, devido às alterações na circulação dos oceanos.
Quanto ao termo "Super El Niño", refere-se a uma intensificação do fenômeno, com efeitos mais significativos. A ocorrência de um evento de El Niño mais intenso era amplamente esperada. De acordo com especialistas, existe a expectativa de que ele possa se configurar como um "Super El Niño". A cientista do clima e comunicadora da NOAA, Emily Becker, divulgou que há uma probabilidade de 56% de que ele se torne um evento forte em seu pico, e as chances de pelo menos um evento moderado são de aproximadamente 84%.