Enquanto trabalha por soluções ao time do Inter, Eduardo Coudet paga um preço pela queda de produção recente. O aproveitamento da equipe no segundo semestre desabou em relação ao apresentado antes do recesso em função da pandemia do coronavírus. Há cinco jogos sem vencer, tenta se recuperar para evitar a repetição de uma sequência incômoda.
Em 2016, ano em que o Inter foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, chegou a sete partidas sem ganhar no fim da temporada - a contar dois compromissos com o Atlético-MG pela Copa do Brasil.
Depois da paralisação do futebol neste ano, os rivais, em sua maioria, se tornaram mais qualificados. A "subida da régua" custou a inimizade com os números. O Colorado, que ostentava um aproveitamento de 71% e chegou a merecer elogios quando o futebol foi paralisado, agora patina e apresenta 52% depois da retomada das competições.
As razões para o desempenho abaixo do esperado são inúmeras, além dos adversários. Lesões, suspensões, Covid-19, chegadas e saídas de atletas. Coudet disse algumas vezes que o "grupo curto" é um entrave para este momento.
Mas o treinador ainda se mantém firme ao esquema 4-1-3-2. Uma de suas ideias, a predileção pela saída de bola dos zagueiros, já não é uma prioridade. Rodrigo Moledo voltou a ser titular ao lado de Víctor Cuesta no empate em 0 a 0 com o América de Cali, na Colômbia, pela Libertadores.
No empate em 1 a 1 no Gre-Nal, Zé Gabriel estava suspenso. Para o embate com o Bragantino, na próxima quinta, ele volta a ficar à disposição, mas a tendência é que Moledo permaneça na zaga.
Na lateral direita, Coudet perdeu Saravia, que passou por uma cirurgia no joelho direito e só volta no ano que vem. Rodinei está recuperado após contrair o coronavírus, mas Heitor deu boa resposta no Gre-Nal 428.
Na esquerda, Moisés está afastado justamente por ter testado positivo para Covid-19. Uendel, com quem disputava posição, foi o titular no clássico do último final de semana. Há ainda o garoto Leo Borges, que atuou contra o América de Cali.
O primeiro volante, uma peça estratégica no esquema de Coudet, também inspira cuidados. Homem de confiança do técnico, Damián Musto voltou a prejudicar o time ao ser expulso novamente contra o Grêmio.
A lógica é que Rodrigo Lindoso ganhe sequência. Johnny sofreu uma lesão muscular na coxa direita e Rodrigo Dourado, que passou por duas cirurgias no joelho esquerdo, segue sem previsão de volta aos gramados.
Em meio a este cenário, se é verdade que tem o terceiro melhor ataque do Brasileirão com 17 gols em 13 jogos, o Colorado tem marcado pouco ultimamente. Nos últimos cinco jogos, só balançou as redes em duas oportunidades. Esta sequência, aliás, é sem vitória. São três empates e duas derrotas no período, entre Brasileiro e Libertadores.
Coudet não corre risco de demissão, mas o período sem triunfos já custou o cargo de antecessores. Odair Hellmann foi demitido no ano passado após o quarto compromisso longe dos três pontos, a derrota por 1 a 0 ao CSA.
Já Guto Ferreira caiu em 2017 também depois da quarta partida sem vitória, ao empatar em 1 a 1 com o Vila Nova no Beira-Rio, pela Série B.
- Estamos trabalhando, conversando bastante. Sabemos que precisamos vencer para retomar no Campeonato Brasileiro. Vamos buscar a vitória lá (contra o Bragantino), e, se Deus quiser, fazer um grande jogo - diz Rodrigo Moledo.
Em busca da retomada e melhora de aproveitamento, o Inter volta aos trabalhos nesta terça-feira. A atividade está marcada para a parte da tarde. Na quinta, o grupo de Coudet duela com o Bragantino às 21h, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista.