Nunca na era dos pontos corridos do Brasileirão uma equipe venceu (e venceu e voltou a vencer) por tanto tempo quanto o Inter de Abel Braga neste 2020 que se arrasta 2021 adentro. O Colorado chegou a nove vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro ao bater o Bragantino por 2 a 1 neste domingo, no Beira-Rio, pela 33ª rodada.
Líder isolado, o Inter já pode se orgulhar de ter feito história por quebrar e estabelecer um novo recorde de vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro. São nove rodadas seguidas somando todos os 27 pontos possíveis em disputa. E - acredite - a maré positiva é ainda maior.
Somadas todas as competições, são 10 vitórias consecutivas na temporada e um total de 11 jogos de invencibilidade. A arrancada desde a sexta colocação até a ponta em nove jogos faz as últimas cinco rodadas parecerem apenas contagem regressiva para o título.
O Colorado amanhece nesta segunda-feira com 65 pontos e cinco de vantagem para o Atlético-MG, atual vice-líder. À noite, o Flamengo pode fazer a distância voltar a quatro pontos se vencer o Sport.
A séria ainda sem fim de vitórias seguidas começou fora do Brasileirão. O Inter venceu o Boca Juniors por 1 a 0 em La Bombonera, mas acabou eliminado nos pênaltis da Libertadores. Foi o jogo em que Abel Braga achou o time. O jogo da virada de chave.
No Brasileirão, a arrancada começou exatos 50 dias antes da vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino. O Inter bateu o Botafogo por 2 a 1 no Beira-Rio em 12 de dezembro, pela 24ª rodada. E não parou mais de vencer.
Com o recorde, o Inter deixa para trás outras duas equipes históricas que somaram oito vitórias: o Flamengo de Jorge Jesus em 2019 e o Cruzeiro de Vanderlei Luxemburgo em 2003. Duas equipes campeãs com recordes de pontos.
A nona vitória, a da quebra de recorde, veio sem jogar bem, na base da força e se segurando com unhas e dentes para bater o Bragantino. O Inter até iniciou a partida com postura agressiva e linhas adiantadas para sufocar o rival. Tanto que abriu o placar cedo, com Patrick.
Mas esta não foi a tônica do jogo. Com Claudinho como maestro e um meio-campo de muita mobilidade, o Bragantino tomou conta da partida, controlou a bola e obrigou o Inter a recuar para se defender. Com segurança, salvo o erro de Moisés que originou o gol de empate.
O Inter repetiu a blitz na segunda etapa e chegou ao segundo gol de pênalti, com Edenílson. A equipe até tentou se manter agressiva, mas o Bragantino novamente a forçou a baixar as linhas.