A Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul realizará a Audiência Pública Revoga Novo Ensino Médio, com o tema "O Ensino Médio no centro dos debates por uma Educação Democrática", que será realizada amanhã, dia 11 de abril, às 14 horas, no Teatro Dom Bosco, em Campo Grande-MS.
A organização é em parceria com o deputado estadual Pedro Kemp (PT) que também tem defendido a revogação do modelo proposto pelo Novo Ensino Médio.
Além dos anfitriões Jaime Teixeira, presidente da Fetems, e Kemp, o evento contará com as palestras dos especialistas Heleno Araújo, presidente da CNTE e do Fórum Nacional de Educação, e da professora universitária Monica Ribeiro da Silva, da Universidade Federal do Paraná.
Jaime Teixeira publicou protestando contra o modelo adotado. "O ataque ao ensino médio é mais um capítulo do projeto de desmonte da educação pública no Brasil. Precisamos nos unir e lutar contra isso".
A professora Deumeires Morais, vice-presidente da Fetems, ressaltou a importância da mobilização para que o Governo Federal revogue o modelo. "Nós precisamos nos mobilizar, mostrar nossa insatisfação com o modelo proposto. Modelo este que só trará prejuízos à educação brasileira. Por isso nós, enquanto sociedade, precisamos nos unir e debater os rumos que deveremos tomar para que sejamos atendidos pelo Governo Federal".
A FETEMS, através da vice-presidente Deumeires Morais, compõe o Comitê MS pela Revogação do Novo Ensino Médio junto com a CNDCH (Campanha Nacional em Defesa das Ciências Humanas na Educação Básica), a CNDE (Campanha Nacional pelo Direito à Educação) e com apoio da ADUFMS, do FEEMS (Fórum Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul) e do Observatório do Ensino Médio.
Em entrevista na última semana, o presidente Luis Inácio Lula da Silva assegurou que não irá revogar o Novo Ensino Médio.
"Não vamos revogar. Suspendemos e vamos discutir com todas as entidades interessadas em discutir como aperfeiçoar o Ensino Médio nesse país", declarou Lula.
Carta aberta
Mais de 300 entidades ligadas à educação também fizeram uma carta aberta no início de março pedindo a revogação do novo ensino médio. No documento, que descreve 10 dos principais problemas da lei, os representantes dessas instituições alegam que o novo modelo vai na contramão de todos os estudos ligados à área e afirmam que o processo foi feito de maneira unilateral, sem espaço para o diálogo com a comunidade escolar.
Com o novo modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. São os chamados itinerários formativos. Entre as opções, está dar ênfase, por exemplo, às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas.