Os deputados Gleice Jane (PT), Pedro Kemp (PT), Professor Rinaldo Modesto (Podemos), João Henrique (PL) e Zé Teixeira (PSDB) usaram da palavra durante a sessão plenária desta quarta-feira (3), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), para defender maior valorização dos servidores da pasta da Educação.
Gleice foi a primeira a usar a palavra de forma online. “A categoria vivencia o processo de cuidado do aluno e quem cuida de nós? Precisamos cuidar da saúde mental. Há algum tempo conversei com uma administrativa, que sobrava somente R$ 200 para receber, porque tinha empréstimos para poder comprar remédios para a filha que adoeceu. São essas pessoas que estão atendendo com todo carinho os meninos e meninas, é necessário que valorizem esse trabalho. Não podemos ter pessoas tão desvalorizadas ao ponto que seu salário não dê para comprar remédios. Eles trabalham com pressão e na política opressora da burocracia”, argumentou a deputada pedindo sinalização do Governo sobre o aumento aos professores.
Da mesma forma, o deputado Pedro Kemp usou a tribuna para explicar que a categoria, que lotou o plenário da Casa de Leis, pede a antecipação do reajuste salarial para a maio, junto aos demais servidores que serão beneficiados pelo Projeto de Lei 110/2023, de autoria do Poder Executivo, que propôs 5% de reajuste aos servidores estaduais, não incluindo os professores.
“A data base dos professores é em outubro, mas a antecipação que eles pedem é completamente justa e possível de ser atendida. Estamos aqui fazendo um apelo para que o Governo reveja sua decisão e altere o projeto. Além disso, a injustiça da desigualdade salarial entre professores efetivos e convocados precisa ser corrigida. Hoje os convocados recebem em torno de 70% a menos. Quero lembrar que na campanha para governo, o governador eleito Eduardo Riedel assinou compromisso pela valorização e hoje ele tem uma reunião com a categoria, pela tarde, que eu espero que seja produtiva e enviem a inclusão dos professores”, explicou Pedro Kemp.
O presidente da Comissão Permanente de Educação, deputado Professor Rinaldo Modesto, relembrou quando foi professor convocado. “Eu, a Rose [Modesto] e minha mãe já atuamos como convocados. Precisamos trabalhar para que a isonomia aconteça, pois os profissionais têm a mesma formação, a mesma carga horária e, infelizmente, são dois pesos e duas medidas. Não tenho dúvidas que os 24 deputados estarão votando tranquilamente pela isonomia, caso o Governo envie essa reparação. Quero me colocar à disposição da categoria”, ressaltou.
Para o deputado Zé Teixeira (PSDB) é preciso olhar especial aos administrativos da Educação. “Tem servidor há 20 anos no administrativo que não ganha nem R$ 3 mil. Tem que ser responsável, tem que ajustar, mas tem salário, visto o tempo de serviço, que não está justo, nem humano”, considerou.
Em uma comparação, o deputado João Henrique (PL) falou sobre o salário de outras categorias. “Essa revisão de 5% não vai ser o mesmo para outras categorias mais mobilizadas. Não aceitem essa vergonha que está sendo colocada para vocês. Não esperem, não deixem levarem a categoria na conversa, pois tudo está mais caro. Não posso aceitar ver esse aumento, enquanto há outros servidores com aumentos de salários de até R$ 42 mil. Cobrem seus parlamentes e o governo para que possamos mudar essa negociação”, sugeriu o deputado.
O presidente da Casa de Leis, deputado Gerson Claro (PP), relembrou que a proposta passou nesta quarta-feira pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e está pautado para Ordem do Dia em primeira discussão. “Desde a semana passada estamos com o calendário definido para votação. Essa Casa tem mantido um diálogo permanente e democrático e em outubro vamos reafirmar o compromisso de atingir os índices já compactuados”, ponderou.
O líder do Governo, deputado Londres Machado (PP), disse que a matéria não seria objeto de pedido de retirada da pauta da Ordem do Dia, pois há prazo para beneficiar as demais categorias. “Em outubro fazemos discutir a reposição em outros termos a vocês. O governador não será irresponsável. Ainda há tempo de negociar, pois se eles mudarem de opinião dá tempo, já que a votação em segunda discussão é só semana que vem”, destacou.