Prêmio Nobel de Economia em 2001, o americano Joseph Stiglitz disse, nesta segunda-feira (20), que o Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte” ao se referir à alta taxa de juros no país. Ele classificou a taxa no país como “chocante”.
"O problema que todo mundo fala aqui no Brasil, já ouvimos várias vezes, é a taxa de juros. A sua taxa de juros reais realmente é chocante. Os números que vocês estão falando a respeito, 13,75%, 8% em termos reais, são um tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. Na verdade, eu acho notável que o Brasil tenha sobrevivido ao que normalmente seria uma pena de morte.”
Para Stigiltz, o Brasil sobreviveu porque conta com bancos estatais de desenvolvimento, como o BNDES.
Stiglitz veio ao Rio de Janeiro para participar, na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”.
Desde agosto, a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75%, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu mantê-la na última reunião, em fevereiro — a partir de então, o presidente Lula vem constantemente criticando o BC pela alta. O colegiado se reúne novamente a partir desta terça-feira (21), quando discutirá se altera ou não a taxa.