Foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira (19) as portarias com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ano-safra 2021/2022, para o cultivo do algodão herbáceo. Nesta publicação as unidades da federação contempladas foram: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Acre, Rondônia, Tocantins, Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O algodoeiro necessita para seu crescimento, desenvolvimento e boa produtividade, de condições adequadas de temperatura, umidade do solo e luminosidade. Dependendo do clima e da duração do ciclo, a planta necessita de 700 mm a 1300 mm de precipitação pluvial para seu bom desenvolvimento, sendo que 50% a 60% de suas necessidades hídricas ocorrem no período de floração e formação do capulho.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos. O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.
Vazio sanitário do algodão
Visando prevenir a proliferação de pragas e doenças, em especial do bicudo-do-algodoeiro, alguns estados têm legislação que proíbe a existência de plantas vivas de algodão em determinados períodos. O estudo de Zarc leva em conta essas janelas e procura compatibilizar o período de plantio e de colheita para não haver plantas vivas de algodão no período de vazio sanitário. Além disso, em estados onde não existe a regra do vazio sanitário, a metodologia do zoneamento foi estendida levando em conta a legislação dos estados que dispõem, de forma a preservar a eficácia do vazio em regiões fronteiriças.