O dólar opera em queda acentuada nesta sexta-feira (28), mas ainda caminhando para fechar o mês com valorização frente ao real.
Às 10h59, a moeda norte-americana recuava 1,04%, a R$ 4,8900. Veja mais cotações.
O término do mês costuma trazer volatilidade adicional ao mercado de câmbio, conforme se acirra a "briga" entre "comprados" e "vendidos" em dólar, que buscam cotações mais convenientes a suas posições.
A Ptax de fechamento do mês – que serve de referência para liquidação de contratos futuros de dólar, swaps cambiais e outros derivativos – será definida nesta sexta-feira.
Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 0,53%, a R$ 4,9414, no segundo pregão seguido de baixa da moeda, o que não ocorria desde o último dia 12. Com o resultado, passou a acumular alta de 3,83% no mês, mas ainda tem queda de 11,36% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, as bolsas da Europa e o petróleo subiam nesta sexta.
Os mercados globais seguem guiados pelas apostas de uma alta mais agressiva dos juros nos EUA e por preocupações com os impactos da guerra na Ucrânia na economia e inflação global.
Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas.
Por aqui, o IBGE divulgou mais cedo os números do desemprego no 1º trimestre. A taxa ficou em 1,1%, com o desemprego ainda atingindo 11,9 milhões de pessoas.
"Há riscos que temos pela frente que não estão precificados", disse o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, citando o debate sobre a política econômica brasileira que deverá ganhar tração à medida que as eleições presidenciais se aproximam. "Em abril veio o primeiro sinal de que temos esses riscos: cenário global mais complicado e debate da política econômica aqui."
Com isso no radar, o economista projeta que o dólar fechará o ano em R$ 5,50 -- bem acima da taxa de R$ 5 apontada na mais recente pesquisa Focus do Banco Central.