Está aberto, até as 17h do dia 24 de agosto (segunda-feira), o licenciamento para produtores de mudas de mandioca inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e que estejam interessados na implantação de jardins clonais para produção de manivas e/ou mudas micropropagadas da cultivar de mandioca de mesa BRS 429. Podem participar tanto produtores convencionais, que realizam a multiplicação em campo, com manivas, como biofábricas, que trabalham com multiplicação in vitro.
Com lançamento previsto para 2021, a cultivar é resultado de trabalho conjunto de três Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) e Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS).
A variedade foi registrada para os estados de Paraná e São Paulo e atingiu 31,7% de incremento na produtividade de raízes quando comparada à média obtida com as cultivares padrões. Além disso, apresenta reação moderadamente resistente para bacteriose e resistente para superalongamento, as principais doenças da cultura.
É a primeira variedade mansa de mandioca para o estado de São Paulo — grande polo de consumo e distribuição de mandioca fresca em diferentes tipos de processamento —, podendo ser utilizada cozida, frita ou minimamente processada (usada em purês, chips, massas e bolos) e também na composição de derivados.
. “A BRS 429 é um pouco mais precoce e produz raízes com melhor padrão comercial, sendo que o da BRS 396 e da BRS 399 já é muito bom. Outro diferencial é o porte mais ereto, que permite melhor aproveitamento de ramas no plantio mecanizado”, explica Marco Antonio Rangel, pesquisador lotado no campo avançado de Londrina (PR), na Embrapa Soja, e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da variedade.
A BRS 429 foi validada em áreas da Embrapa Cerrados, Embrapa Agropecuária Oeste, Universidade Estadual de Maringá – Campus Regional do Noroeste, Associação Técnica das Indústrias de Mandioca do Paraná (Atimop), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB).