Idealizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, na última quarta-feira (12) o juiz Albino Coimbra Neto apresentou aos parceiros do Judiciário a implantação da “Padaria Liberdade”, no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. A instalação da padaria conta com o apoio da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), do Conselho da Comunidade de Campo Grande, Senac, UFMS e do Grupo Pereira.
Além da questão social, o principal objetivo desta implantação é gerar vagas de trabalho aos reeducandos, bem como capacitar o profissional para o mercado de trabalho.
Na apresentação, o magistrado salientou que a vantagem de montar essa padaria no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira é que “teremos a ressocialização pelo trabalho, remição de pena e qualificação profissional em uma área de intensa demanda por mão de obra profissional em um único projeto”.
O total de investimentos é de R$ 210 mil, entre maquinários e construção do local adequado. Irão trabalhar cinco internos da Unidade Penal, os quais passarão por capacitação na área de panificação e manipulação de alimentos, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Vale destacar que a padaria foi construída com o valor arrecadado com o desconto de 10% do salário de cada preso que trabalha via convênio em Campo Grande. Atualmente cerca de 1.000 presos trabalham em empresas privadas.
Para a implantação da padaria, a unidade prisional recebeu equipamentos modernos, como forno turbo, cilindro profissional, modeladora de pães, amassadeira espiral com capacidade para 25 kg, câmaras para crescimento de pães, assadeiras de alumínio, mesas de inox, balança elétrica, divisora de massa, congelador horizontal, esteiras para pão francês, bebedouro e câmara climática.
A professora Vera Regina Krabbe, docente do Senac, ressalta que a padaria foi muito bem planejada e pensada. A previsão é para produção de pães francês e pães de leite. “É uma padaria muito prática e funcional e os reeducandos que estiveram aqui durante três dias entenderam bem o processo. São cinco rapazes e tudo que foi produzido aqui foi feito por eles, eu apenas orientei e conduzi, ou seja, eles estão aptos a fazer”, enfatizou.
Com isso, os investimentos em adequações, estruturação e capacitação tem-se uma estimativa de produzir 2 mil pães por dia, sendo a metade para atender a demanda interna e a outra metade serão feitas doações para instituições filantrópicas. Participaram do evento de apresentação da padaria: representantes da Defensoria Pública, com o defensor público Thales Chalub Cerqueira e Thaísa Raquel Medeiros de Albuquerque, o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp, o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, Marcelo Fernandes Pereira, Pró-Reitor de Extensão e Esportes da UFMS, a coordenadora dos Projetos Sociais do Grupo Pereira, Ana Luiz Coberlino, Roberta Francis, gerente de Gastronomia do Senac, e Vanessa de Oliveira Franke, do Conselho da Comunidade.