A régua fixada próximo à base da Marinha, em Ladário, acusa que o nível da água do rio Paraguai está 9 centímetros abaixo de zero naquele local. É a situação mais crítica dos últimos cinco anos. Em 2015 o nível mínimo foi de 153 centímetros, em 2016 de 121 cm, em 2017 subiu para 155 e em 2018 registrou o mais alto nível mínimo: 234 centímetros. No ano passado o nível mínimo do rio recuou para 95 centímetros e nesse ano já está negativo, porém a situação ainda deve piorar, com recuo contínuo das águas até fim de outubro.
Os dados foram apresentados pelo gerente de Recursos Hídricos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Sampaio, durante live transmitida pelo Facebook no fim da manhã desta sexta-feira (11), quando também foram apresentados dados dos incêndios no Estado. Também participaram do evento o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck; a coordenadora do CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Franciane Rodrigues, o tenente-coronel Moreira, do Corpo de Bombeiros e o contra-almirante Sérgio Gago Guida, comandante do 6º Distrito Naval, sediado em Ladário.
“Neste ano não houve cheia, ou seja, o rio não saiu de seu leito, o que geralmente ocorre nos meses de junho e julho. Nessa época o nível do rio Paraguai estava pouco acima de dois metros, agora já está negativo e vai continuar baixando. Isso restringe muito o uso do rio, sobretudo a navegação”, disse Sampaio.
Além do rio Paraguai, que apresenta baixos níveis em toda extensão que atravessa o Estado, os rios Miranda, Aquidauana (da bacia do Paraguai) e o Rio Pardo, na bacia do Paraná, também sofrem com a escassez de chuvas. Normalmente, o nível do rio Paraguai para essa época do ano seria de 3,6 metros, está em 2,8 metros. O monitoramento dos rios é feito pela Sala de Situação do Imasul, que emite boletins diários.
Sem previsão de chuvas em quantidade suficiente para reverter a situação, os rios devem continuar baixando no Estado. Conforme dados do CEMTEC/MS, deve chover entre os dias 19 e 21 de setembro e também 25 e 26, embora em proporções abaixo do necessário para elevar o nível dos rios. No entanto, deve servir para melhorar a qualidade do ar e apagar focos de incêndios que ainda persistirem.