Referência no setor cultural do Estado, a Casa do Artesão irá receber uma reforma geral no valor de R$ 2,2 milhões. A obra faz parte do pacote lançado pelo governador Reinaldo Azambuja, que prevê ainda a revitalização de vários pontos que fazem parte do patrimônio cultural do Estado, no valor de R$ 18,6 milhões.
Além da Casa do Artesão, vão passar por reformas o Castelinho (R$ 4 milhões), Centro Cultural José Octávio Guizzo (R$ 5,5 milhões), Palácio Popular da Cultura (R$ 5 milhões), Igreja Tia Eva (R$ 450 mil), Igreja Candelária (R$ 468,5 mil), Concha Acústica Helena Meireles (R$ 120 mil), Restauro Vagão (R$ 330 mil) e Marco (186,7 mil).
O lançamento das obras faz parte do programa “Retomada MS”, que contempla uma série de medidas de apoio aos setores que foram mais atingidos em função da pandemia do coronavírus. São ações que envolvem auxílio emergencial, isenções fiscais, aberturas de crédito e reformas.
“Neste pacote também temos as obras estruturantes. Entre elas a Casa do Artesão que será totalmente reformada. São várias obras dentro do setor cultural, que mostram a importância deste segmento para nossa gestão, que vai contar com esta retomada de investimentos”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
A artesã Bia Barros agradeceu ao governador por novamente lembrar do setor neste momento de dificuldade. "Recebi a notícia com grande alegria e satisfação, pois além dos artesãos serem beneficiados com o auxílio, também teremos a reforma da Casa do Artesão, que é um lugar que buscamos para comercialização do nosso trabalho. Temos que agradecer estes investimentos".
Fomento à cultura
A Casa do Artesão está situada em prédio histórico e centenário da Capital, fazendo parte dos principais pontos turístico de Campo Grande. O local recebe obras de 700 a 900 artesãos de Mato Grosso do Sul para exposição e comercialização.
São mais de cinco mil peças disponíveis para venda, tendo uma movimentação diária em média de 200 a 300 pessoas por dia no local. São obras que retratam o artesanato regional, com referência direta à cultura do Estado.
“Fazem parte destes itens obras de cerâmica, cabaça, madeira, além de roupas e até itens de alimentação como doces e mel feitos no Estado. Entre eles está até uma cachaça feita em Bonito. Também dispomos de lembranças como chaveiros, brincos, além de peças indígenas, das etnias Terena e Kadiwéu”, explicou a coordenadora da Casa, Eliane Torres.
Ela destacou que as peças têm preços que vão de R$ 1,00 (cartão postal) até R$ 1,2 mil, mas que em média os itens custam em torno de 10 a 15 reais. “Tem para todo gosto, posso dizer que 90% dos frequentadores são turistas, que passam aqui para comprar um presente e levar para familiares e amigos”.
Torres contou que recebe muitos grupos de turistas ou pessoas que vem até a cidade participar de eventos ou congressos. “Este é o público principal, que, é claro, com a pandemia houve uma queda, mas que voltou a melhorar o movimento no último mês”. Por esta retomada o local está funcionado de segunda a sábado.
História
O prédio centenário localizado na área central, no cruzamento das Avenidas Afonso Pena e Calógeras, foi construído entre 1918 e 1923, com projeto do engenheiro Camilo Boni. Lá funcionou a primeira sede do Banco do Brasil. Passou a se tornar a “Casa do Artesão” em 1° de setembro de 1975.
Após inauguração do espaço, o local teve sua primeira revitalização em 1990, quando foi reinaugurado, sendo depois em 1994 tombado como patrimônio histórico estadual. A Casa que é vinculada a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, é um dos principais pontos culturais do Estado.
“A Casa do Artesão é o ícone do nosso artesanato estadual, somos referência regional, de suma importância para área cultural. Local que tem mais de 40 anos aberto ao público, que gera renda aos artesãos do Estado, para fomentar este setor”, concluiu a coordenadora Eliane Torres.