Em Dourados, segunda maior cidade do estado de Mato Grosso do Sul o dia 10 de abril de 2021 ficou marcado pelo amor, isso porque o primeiro casamento homoafetivo entre um homem e uma mulher trans foi efetivado. Algo que pode parecer pequeno aos olhos de quem não vive o preconceito no dia a dia, mas que certamente fará parte de um futuro de diversidade, tolerância e respeito para o município de Dourados.
O nome é mais que um acessório, é o primeiro bem que possuímos na busca por nós mesmos e pela vivência em sociedade, já o amor, sem dúvidas é universal. Em 2018, durante o governo de Michel Temer, a resolução n° 270 do Conselho Nacional de Justiça, recomendou o direito ao uso do nome social por pessoas Trans e o casamento civil homoafetivo completou 10 anos.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132 reconheceram o direito à formalização da união civil a casais homoafetivos, para que fossem garantidos os mesmos direitos de qualquer família. Ao equiparar as uniões, a decisão jurídica de 10 anos atrás também impulsionou, aos olhares da sociedade, uma imagem de "naturalidade" aos casais homoafetivos.
Após dois anos de união, Claudia Rosa Assunpção e Jean Leite Pompeu decidiram se casar no civil, ou de “papel passado” como diz o dito popular. Não foi possivel comemorar com os amigos e amigas, em razão do momento de pandemia, mas Claudia, agora esposa de Jean, garantiu que “Quando tudo passar, faremos uma festa à altura da nossa conquista e do nosso amor”.
Aos 56 anos, Claudia afirmou que o casamento significou “empoderamento, pois podemos mostrar para essa sociedade hipotecária que eu também posso conjugar a vida com direitos iguais, nem mais, nem menos, simplesmente igual pra todes.” Claudia é Servidora da Prefeitura de Dourados e atua na efetivação de Políticas Públicas para comunidade LGBTQI+, atualmente, elaboradas pela Rede de Cooordenadorias (RedeCoor), sua historia é marcada por lutas, desafios e conquistas junto à comunidade.