Um grupo composto por 25 deputadas federais da base governamental enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que ele indique uma mulher negra para ocupar a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). A deputada Camila Jara (PT) de Mato Grosso do Sul está entre as signatárias dessa carta.
A carta, de acordo com informações divulgadas pelo G1, conta com a assinatura de parlamentares de diversos partidos, incluindo o PT, partido do presidente Lula, além do PSOL, PSB e PCdoB.
A abertura da vaga no Supremo Tribunal Federal ocorreu devido à aposentadoria da ministra Rosa Weber, que completou 75 anos, a idade-limite para o serviço público, de acordo com a legislação.
Até o momento, o presidente Lula, a quem cabe a indicação do novo ministro ou ministra do STF, ainda não revelou sua escolha. Setores da sociedade têm enfatizado a importância de que a indicação recaia sobre uma mulher.
Com a aposentadoria de Rosa Weber, o STF fica com apenas uma ministra, Carmen Lucia. Em 132 anos de história, o Supremo teve apenas três mulheres em sua composição: a ministra aposentada Ellen Gracie (indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), Cármen Lúcia (indicada por Lula em 2006) e Rosa Weber (indicada por Dilma Rousseff em 2011).
Na carta enviada a Lula, as deputadas argumentam que a nomeação de uma mulher negra é um passo essencial para a representatividade da população negra nas esferas de poder e também para a modernização do Judiciário. Elas destacam que essa nomeação não é apenas simbólica, mas pode trazer mudanças estruturais importantes na interpretação da lei, na aplicação do direito e na administração da justiça.
No entanto, o presidente Lula já declarou que gênero e raça não serão critérios considerados por ele na hora de fazer a indicação, enfatizando a importância de que o escolhido ou escolhida atenda aos interesses e expectativas do Brasil.
Para as deputadas signatárias da carta, a nomeação de uma mulher negra representa um passo significativo em direção a um Judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de enfrentar os desafios contemporâneos e proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas.
Aqui estão as deputadas que assinaram a carta: