A Microsoft anunciou nesta terça (18) que vai comprar a Activision Blizzard, uma das maiores empresas de games do mundo, por US$ 68,7 bilhões. Se o negócio for concluído, a Microsoft vai se tornar a terceira maior empresa de games do mundo, por reunir a plataforma e os estúdios do Xbox e o portfólio da Activision, que inclui jogos como "Call of Duty", "Overwatch", "Warcraft", "Candy Crush" e a franquia de Tony Hawk.
Atualmente, a Activision Blizzard tem cerca de 400 milhões de jogadores ativos mensais em 190 países. Segundo o comunicado da Microsoft, Bobby Kotick vai continuar como CEO da desenvolvedora. Quando a compra for finalizada, ele passará a responder para Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming.
A transação ocorre em meio a um processo de assédio sexual movido, em julho do ano passado, pelo Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia contra a Activision Blizzard. O órgão acusa a desenvolvedora de games de casos de assédio sexual, agressão e de manter um ambiente hostil contra mulheres, que recebiam salários desiguais e enfrentavam retaliações.
Em agosto, o presidente da Blizzard, Allen Brack, deixou o comando da empresa.
Em julho de 2021, funcionários da Activision Blizzard realizaram uma greve e um protesto em frente à sede da empresa nos Estados Unidos. Com a participação de outros manifestantes, eles demonstravam apoio a um processo por assédio sexual contra a desenvolvedora de franquias como "Warcraft" e "Call of Duty" e pediam tratamento justo para trabalhadores de minorias.
No processo, o órgão afirma que a empresa criou uma cultura de "assédio sexual constante" e discriminação de gênero. Desde então, diversas mulheres se manifestaram a favor da acusação.
Segundo a ação, os escritórios da desenvolvedora de games pareciam uma república masculina de universidades, onde funcionários homens bebiam, falavam abertamente sobre corpos femininos e faziam piadas sobre estupro.
Por causa disso, mulheres eram submetidas a diversos comentários sexuais, cantadas, tinham os corpos agarrados e sofriam outras formas de abuso. O comportamento era conhecido pelos supervisores e até encorajados por eles.
O processo também cita uma funcionária que teria cometido suicídio após inúmeros assédios.