Será encaminhada para o Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (9), a fuselagem do avião bimotor que caiu na zona rural de Caratinga e provocou a morte da cantora Marília Mendonça e de mais quatro pessoas. A previsão é de que os destroços deixem o Leste de Minas às 10h.
Já os dois motores da aeronave serão levados para Sorocaba, no interior paulista, onde serão analisados por especialista nesses equipamentos. O transporte dessas peças está previsto para esta quarta-feira (10).
Os trabalhos de recolhimento de todas as partes do avião foram finalizados nesta segunda-feira (8). Os dois motores, que estavam em locais de difícil acesso, foram resgatados por uma empresa particular, contratada pela PEC Táxi Aéreo, dona da aeronave que caiu.
Segundo o delegado regional da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, em um dos motores foi encontrado um cabo enrolado em uma das hélices do avião. Mas, segundo ele, não dá para afirmar que o cabo é o que se rompeu na torre de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
“É fato de que tem um cabo enrolado na hélice. Agora a gente só vai poder afirmar que esse cabo é o cabo que se rompeu quando a perícia tiver o laudo pericial”, explicou.
Os trabalhos de retirada do avião do local da queda começaram ainda no sábado, após terminarem as ações iniciais perícia da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Foi autorizada a remoção, pois todas as evidências iniciais que poderiam ser usadas na investigação já haviam sido retiradas da aeronave.
A Polícia Civil informou que ainda não há um prazo para encerrar as apurações de eventual responsabilidade criminal.
"A investigação procede com os laudos periciais, com oitivas de eventuais testemunhas, com arrecadação de documentos. É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma reposta célere é a resposta mais técnica no menor tempo possível", afirmou.
No primeiro momento da operação de retirada, realizada nesse domingo (7), um guindaste ajudou a içar o avião de um ponto ao lado da cachoeira, onde tinha caído, para uma área mais alta do terreno. Na segunda etapa, as asas foram cortadas e algumas partes começaram a ser retiradas.
Após a retirada, a fuselagem do avião foi levada para um pátio, em Caratinga, de onde será encaminhada para o Rio de Janeiro, onde a perícia do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos deve continuar.
Os dois motores do avião foram retirados na tarde desta segunda-feira por equipes Cenipa e de uma empresa de guincho particular resgataram. Segundo o dono da empresa, Amadeu Alexandre, os dois motores caíram em locais complexos para a remoção.
A empresa de guincho resgatou o motor que estava em uma área de mata fechada por volta das 14h. Ele teria se soltado da aeronave logo após a colisão com os fios da torre de transmissão de energia da Cemig. As equipes trabalham em terra na retirada da peça desde o início da manhã desta segunda-feira (8), informou Amadeu.
Inicialmente, a equipe da 5ª Base Regional de Aviação do Estado (BRAVE), da Polícia Militar, daria apoio de helicóptero para içar o motor e deixá-lo em local mais fácil para a remoção, mas foi constatado que a mata densa não permitiria o trabalho por via aérea.
O segundo motor estava submerso. "Quando o avião caiu na cachoeira, um dos motores rolou pela cachoeira abaixo. Mas choveu no local e o nível da cachoeira encheu, dificultando os trabalhos", explicou o dono da empresa de guincho.
Os destroços serão levados para a sede do SERIPA III no decorrer desta semana, informou a Força Aérea Brasileira (FAB).