De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, Bonito (MS) é a cidade brasileira que mais desmatou área da Mata Atlântica, no Brasil. Conhecido pelo ecoturismo e rios translúcidos, o município perdeu 416 hectares do bioma entre os anos de 2019 e 2020.
Os dados relacionados ao desmatamento do bioma em Bonito assustam os especialistas. Ainda conforme a os dados da Fundação, a taxa de desflorestamento da Mata Atlântica cresceu 150% de 2019 para 2020, saltando de 166 para 416 hectares devastados.
O número total de área desmatada em Bonito, apresentado pela SOS Mata Atlântica, exemplificando, demonstra que o município perdeu mais de um campo de futebol por dia de terras do bioma. O diretor de Conhecimento da Fundação, Fernando Guedes Pinto, fala que a devastação afeta de forma direta as pessoas que vivem nas cidades afetadas.
“Além de fazer com que as cidades se tornem cada vez mais quentes, a redução das áreas verdes ameaça a disponibilidade e a qualidade da água. A crise hídrica que vivemos hoje é um reflexo disso. No caso de Bonito os danos podem ser ainda graves, pois coloca em risco o turismo que move a economia da cidade”, pontua Fernando.
Outro município de Mato Grosso do Sul está no ranking das 10 cidades do Brasil que mais desmataram o bioma. Miranda (MS) está em 8º lugar, com 219 hectares devastados entre 2019 e 2020. De um ano para o outro, conforme os dados da SOS Mata Atlântica, o bioma perdeu 265% a mais de área, na cidade sul-mato-grossense.
A pesquisa aponta que os estados de Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul concentram os dez municípios que mais devastaram a cobertura vegetal. Veja lista abaixo:
Conforme os dados do Atlas dos Municípios da Mapa Atlântica, dos 3.429 municípios que compõem a Mata Atlântica, 439 desmataram o bioma entre 2019 e 2020 – somando 13.053 hectares desflorestados.
Do total desmatado, 70% se concentram em apenas 100 municípios de nove estados (MS, MG, BA, PI, PR, SC, SP, SE, RJ). O estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica tem parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, unidade vinculada ao Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (INPE/MCTI).