Em Campo Grande, pesquisas científicas e inovação recebem R$ 26,9 milhões em financiamento de 392 projetos além de aproximadamente 520 bolsas para estudantes de ensino médio, pesquisadores e pesquisadoras das universidades e instituições de pesquisa. As ações do Governo do Estado, por meio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), contribuem para o desenvolvimento científico na Capital, que completa 124 anos hoje (26).
Os recursos são provenientes de fonte própria - direto do orçamento estadual - e também do apoio de parceiros, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Um dos projetos mais importantes financiados pela Fundect, e que está em andamento na Capital, vai assegurar a realização de pesquisas clínicas em todo o Estado. Para a construção do Centro de Pesquisas Clínicas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que vai realizar estudos clínicos e epidemiológicos, são investidos R$ 14,8 milhões.
A obra está em fase de licitação para a contratação da empresa de engenharia que irá executar a construção e quando estiver pronto, o prédio contará com área ambulatorial, laboratorial, de gestão, monitoria, apoio e pavimento técnico.
A estrutura integrará a Rede Fiocruz de Pesquisa Clínica e tem o objetivo principal de encontrar novos tratamentos, capazes de controlar sintomas, curar e prevenir doenças ou mesmo buscar o aprimoramento para terapias já existentes. Além disso, a ideia é que as pesquisas, realizadas em Mato Grosso do Sul, possam ajudar pacientes a usufruir de tratamentos inovadores, muitas vezes inacessíveis fora do ambiente dos estudos clínicos, e que podem ser mais eficazes do que as abordagens disponíveis no mercado.
Outros projetos
Entre os projetos apoiados em Campo Grande, está a criação de uma impressora 3D mais econômica e capaz de reutilizar materiais que seriam descartados. O projeto é de autoria de Caio Sottovia Gomide, 20 anos, pesquisador e fundador da startup Recicle 3D.
A viabilização do projeto só foi possível com o apoio da Fundect, que destinou R$ 86 mil do Programa Centelha II, parceria da Fundect com a Finep. “A Fundect chegou para dar aquele último impulso no produto. Acredito que, ao final de um ano, teremos um produto comercialmente viável, que poderá ser lançado no mercado”, explica o pesquisador.
Outro projeto de pesquisadores da Capital que recebe recursos é o “Química dos Cosméticos: Desenvolvimento de métodos biotecnológicos em Cosmetologia”. A proposta foi selecionada na segunda edição do Pictec (Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Estado de Mato Grosso do Sul), que oferece bolsas de Iniciação Científica a alunos do Ensino Médio, o que garantiu bolsas de R$ 400 por mês aos alunos da rede pública e de R$ 800 para a orientadora, por um período de 12 meses.
“Futuramente pretendemos submetê-lo a outro programa da Fundect, o Centelha que ajuda as startups. Porque não uma pequena empresa ou incubadora dentro da escola?”, destaca a orientadora, Daniely Ferreira de Queiroz.
No ano em que Campo Grande comemora seus 124 anos de fundação, a Fundect também atinge uma data histórica e completa 25 anos de criação e atuação para mudar os rumos de Mato Grosso do Sul. A Fundação é fundamental para o avanço do conhecimento científico e tecnológico, promovendo a formação de recursos humanos qualificados e incentivando a inovação e o empreendedorismo.
Por meio da Fundect, as principais universidades do Estado obtiveram recursos para estruturação de laboratórios, cursos, formação de profissionais e construção de uma ciência mais forte. “Apenas nos últimos oito anos, os investimentos somam mais de R$ 175 milhões. Esse montante representa 66% de todo o valor investido na história da Fundect desde que foi criada”, explica o diretor-presidente da Fundação, Márcio de Araújo Pereira. “Temos muito o que comemorar no aniversário de Campo Grande. É um orgulho para nós também fomentar a pesquisa e colaborar para o desenvolvimento da Capital”.