O governador Reinaldo Azambuja anunciou nesta segunda-feira (03) que vai decretar situação de emergência nas 79 cidades do Estado, em função da seca e estiagem. O documento será publicado amanhã (04), no Diário Oficial do Estado. A decisão visa ajudar o setor produtivo, que já começa a ter prejuízos em função do volume pequeno de chuvas no Estado.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva, após reunião com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Defesa Civil.
“Desde o mês de dezembro, estamos monitorando a questão da estiagem e seca prolongada em Mato Grosso do Sul. Estamos com volume de chuvas muito pequenas, que trazem grandes problemas em todo Estado, por isso decretamos a partir de amanhã a situação de emergência nos 79 municípios”, afirmou o governador.
O governador destacou que o decreto atende o pleito do setor produtivo. “Na prática o produtor poderá acionar o seguro, conseguir com as instituições financeira a possibilidade de ampliar o pagamento de suas dívidas e abre a oportunidade de renegociações. O decreto também permite que o poder público municipal, estadual e federal possa auxiliar neste momento”, descreveu.
Ainda revelou que haverá uma reunião nesta tarde (03) com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com a participação de secretários de Agricultura do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para discutir o tema. “O governador do Paraná (Ratinho Júnior) também decretou situação de emergência em todas as cidades, em função da estiagem. Aqui temos a situação mais crítica na região do Conesul. Estamos sentindo os efeitos do fenômeno La Ninã”.
Efeitos na produção
Para o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, o decreto vai beneficiar não apenas os produtores de grãos do Estado, mas também os pecuaristas. Esta ação do governo e monitoramento da situação vai trazer tranquilidade aos produtores para fazer a conversa com seus credores. Estamos fazendo o levantamento do impacto, mas acreditamos que estiagem já aumentou em 20% o custo da produção”.
Já André Dobashi, presidente da Aprosoja, citou que o Estado está em plena safra de soja, no período de enchimento de grãos. “Ainda não podemos prever se haverá queda de produtividade em função da seca, mas alguns municípios com solos mais arenosos já tem a produtividade prejudicada. Nos próximos sete dias vamos a campo fazer este levantamento”.
Além do governador, participaram da reunião o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna, o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, o presidente da Aprosoja, André Dobashi e o coordenador adjunto da Defesa Civil, o major Romiran Cerqueira.