A CPI dos Atos Golpistas aprovou, na manhã desta quinta-feira (24), requerimentos para determinar a quebra de sigilos bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto. Também foi aprovada a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na segunda parte da sessão desta manhã, a comissão ouve o depoimento do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-assessor de Jair Bolsonaro.
Entre os requerimentos aprovados estão:
Ao todo, foram 29 requerimentos para quebra de sigilo e 17 de acesso a Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs).
A quebra de sigilos de Carla Zambelli passou a ser defendida depois que ela foi apontada pelo hacker Walter Delgatti Neto, em depoimento à comissão, como responsável por ordenar uma invasão a sistemas do Judiciário.
Zambelli também teria intermediado uma reunião entre Delgatti e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual eles teriam discutido como seria possível fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas, antes das eleições do ano passado.
A quebra de sigilo foi motivo de bate-boca entre parlamentares da base e da oposição na terça-feira (22). A reunião foi fechada à imprensa, mas foi possível ouvir vários gritos dos parlamentares, em diversos momentos.
Aliados de Bolsonaro eram contra a medida e queriam apenas a convocação da deputada. A discussão levou ao cancelamento da sessão da última terça.
No entanto, na quarta (23), o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), pautou o requerimento. "Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Haviam vários requerimentos nesta direção [de quebra de sigilo de Zambelli]", disse.
Reconvocação de Cid
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid já foi chamado a depor à CPI para explicar, principalmente, as mensagens encontradas em seu celular com teor golpista. Na ocasião, porém, ficou em silêncio.
Desde então, surgiram informações de que Cid teria atuado para tentar vender joias recebidas pelo governo brasileiro em viagens oficiais. Diante disso, integrantes da CPI passaram a defender que ele preste um novo depoimento.
Caso queira ficar em silêncio novamente, precisará acionar mais uma vez o STF. Nesta quinta, ele também presta depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF.